Esta semana eu tive um pesadelo. Nele, o presidente do Senado chamava-se José Sarney. Um oligarca que representava o que havia de mais atrasado na política nacional. No ‘sonho mau’, tal oligarquia, apesar de milionária e dona de quase tudo no Maranhão, inclusive canais de televisão, matinha tal estado como líder do ranking brasileiro de subdesenvolvimento. Pense num pesadelo. Mas não foi só isso.
Ele, o tal Sarney, presidia uma das sessões do senado, quando houve um bate-boca danado entre dois outros oligarcas: Renan Calheiros, de Alagoas, e Tasso Jereissati, do Ceará. Um chamando o outro de “cangaceiro de terceira categoria”, o outro chamando um de “minoria com complexo de maioria” e ambos se chamando de “dedos sujos”. Mas a verdade é que, no pesadelo, ambos eram sujos mesmo. Não só o dedo. Só tinham uma diferença básica: um era sujo da oposição. O outro era sujo do governo, aliado de Lula, do PT, etc.

Sabe o que mais me deixou angustiado nesse sonho ruim? Na prática não havia diferença quase nenhuma entre situação e oposição. Pois na situação, de um governo dito de esquerda, havia um tropa de choque que contava também com Fernando Collor. E, pasmem, esse tal Collor havia sido presidente da República e tinha sofrido um impeachment por envolvimento em esquemas de corrupção! Um terror. O presidente da República, um ex-metalurgico e com uma história importante de construção na esquerda brasileira, chegou a declarar em visita a Alagoas: “Eu quero aqui fazer Justiça ao comportamento do senador Collor e do senador Renan, que têm dado uma sustentação muito grande aos trabalhos do governo no Senado.” Mas quer saber? Nenhuma novidade, afinal pude captar no sonho que o próprio Lula havia dito que os usineiros são heróis nacionais.
Quanto a oposição de direita, o que falar? Compõe uma burguesia que nunca teve projeto e já havia vendido (quase que de graça) grande parte do nosso país para conglomerados internacionais. Enfim, são extremamente nocivos ao nosso povo.

Já próximo ao final desse terrível pesadelo, eu tinha clara noção que não mais fazia diferença o Sarney sair ou não da presidência do senado, afinal tudo permaneceria exatamente como estava. Mas mesmo assim, aconteceu algo que só pode acontecer em pesadelo mesmo. Um troço chamado Conselho de Ética do Senado, presidido por um cara que é suplente do suplente do hoje governador Sérgio Cabral, do Rio de Janeiro, arquivou as 11 representações contra o presidente do Senado sem a menor justificativa e ainda soltando piadinhas. E nem poderia ser diferente, afinal o Presidente da República fez o que pode nos bastidores em defesa do “dono do Maranhão”.

Nesse momento, quando chegava a conclusão de um novo ditado que diz: “Se conselho fosse bom, não emprestaria o nome ao Conselho de Ética do Senado”, acordo e dou agora um grande suspiro de alívio por saber que tudo aquilo não era real. Mas peraí… que manchete no jornal é essa?

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