Mas o fato é que encontrei um texto muito bom sobre o assunto, de Urariano Mota:
http://www.lainsignia.org/2007/junio/cul_005.htm
Segue um trecho:
“A poesia marginal de Pernambuco é um oceano que a imprensa não vê. Imaginem o tamanho da cegueira. São, por baixo, mais de 50 poetas, das mais ricas tendências, que se apresentam nos palcos, em shows, em recitais. Eles se fazem notar mais pela palavra falada que pela escrita. A razão é simples, se perdoam a pobreza do adjetivo. Os seus poemas estão em edições pequenas, de tiragens pequenas, de circulação pequena, a preço de duas cervejas. Daí o vulgo e a vulgar compreensão concluem que são poetas pequenos.”
Recomendo muita esta leitura.
Termino esta indicação com a seguinte tirada de Valmir Jordão:
“Coca para os ricos / cola para os pobres / Coca-cola é isso aí!”
É isso aí!
beijos
Grato pela referência. Aguardo sua visita em http://urarianoms.blog.uol.com.br/
Abraço.
Registro
Escrevo tudo e as vezes nada,
penso e escrevo as vezes deixo passar,
mas guardo.
as vezes dar um branco (perda de foco)
esqueço.
Liberto meus pensamentos e recebo bronca…
Mais continuo.
Sou insistente.
Não posso parar.
Seja eu o provocador
Só assim
Não deixo de registrar.
Poty – 29/07/2010
postarei aqui!
Beco Imundo
Que bom andar trôpego pelas ruas
Debruçado em balcões
Dormindo em caixas de papelões
Atirando garrafas
Lambendo o céu néon
Jogado com putas nas camas
Trombando bucetas fumegantes
Arrastando corpos infames
É bom o cheiro do mangue
É linda a merda na latrina
Becos de Sevilha
Atrás de alguma rapariga
Quero o ranger da noite
Seu hálito frio
Sua boca aberta
Seu bafo vadio
Ah eu quero
Também ficar nu
Alto edifício
Telhado lantejoula
O saco que nem cebola
Voar em cima do teu baú
Comer fuder pupuaçu
Meter nas cadelas
Fornicar perebas
Coçar remelas
Travestido poeta
Mordaça no limite da glande
Estrangula meu desejo
Jorra esgoto bacilo
Lembrança teu rosto mar morto
Ama-me na lama azul
Rasgo-te o cu
Ontem sai da taberna
Louco ódio andarilho
bocejei
Olhei em cima
Era tua face abissínia
Adormeci na tarde pestilenta
Li tua poesia agourenta
Ass, Biosas