O Presidente Luiz Inácio não sabe, mas me fez um grande favor. Na realidade, dois: um deles foi escancarar que o PT não mais se prestaria a propor uma verdadeira transformação na realidade do nosso país e do mundo. Há uma opção política, e eu a respeito, pela defesa e construção de uma linha política social-democrata. Mas enfim… pauta para outra postagem.

O segundo deles foi mostrar que priorizar a disputa eleitoral, sem um forte trabalho de base com aumentos significativos da consciência de classe da população, é inútil. 

Pois bem. Desde que declaramos apoio a Dilma no Segundo Turno das eleições presidenciais ou quando postei sobre as perspectivas do governo recém-eleito, já não nutria esperanças em um governo que avançasse. Muito pelo contrário, já imaginava que seria um governo refém do PMDB e setores fortes do capital internacional e nacional. 
Mas vamos lá, sem muitas tergiversações, como diria o jornalista José Teles…

O fato é que esperava, minimamente, duas ações de impacto por parte do governo da Presidenta Dilma. O primeiro deles seria um verdadeiro freio neste direito de mentir e manipular do qual usufruem os meios de comunicação da grande mídia burguesa aqui por estas terras. Mas desde algumas situações, como discursar no aniversário da Folha, bater papo descontraído com Ana Maria Braga e ir fritar uma omelete no SuperPop de Luciana Gimenez, duvido muito que alguma coisa mudará nesta área. Espero estar errado, mas não há indício algum.
O outro dava conta da criação da Comissão da Verdade em nosso país. E é exatamente esta que parece seguir ralo abaixo da história. A nova ministra das Relações Institucionais, a Ideli Salvatti, anunciou que a Presidente Dilma recuaria, retirando o caráter de urgência do projeto (já aprovado na Câmara e agora aguardando no Senado) que acabaria com o sigilo eterno de documento oficiais classificados como ultrassecretos. Há quem diga que o fez a pedido dos senadores José Sarney e Fernando Collor.

Não interessa quem a fez recuar nesta questão. Mas sei que representa um grande retrocesso na luta em busca da Verdade em nosso país. Um verdadeira punhalada nas costas na história de nosso país que precisa conhecer o seu passado para melhor construir o futuro. Medida extremamente infeliz.

Enquanto isso, nossos militantes continuam a ser brutalmente assassinados. Leia mais em: A CPT anunciou o 6º assassinato no Pará

E qual foi a reação do governo Dilma? Criar uma comissão coordenada pelo grande ativista e vice-presidente, Michel Temer do PMDB, para apurar e tomar providências. Não fosse muito trágico e triste, seria uma grande piada.

Será tudo isso ainda ressaca pós-Palocci? Não sei. Mas os sinais que este governo anda emitindo não são nada animadores

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