Agronegocio X Agricultura Familiar

Horta onde faço compras em Petrolina
Tema importante para tod@s @s militantes que trabalham juntos aos movimentos sociais, a questão do agronegócio e da agricultura familiar tornou-se mais interessante a mim desde que vim viver em Petrolina, no sertão pernambucano.
E algo que percebi logo da minha chegada por estas terras, concretizou-se como um retrato de que há algo de muito errado em nossa produção de alimentos: na dita terra da uva e da manga, não é tarefa tão simples encontrar tais frutos (de qualidade) para comprar. O que é bom vai para fora
O último censo agropecuário do IBGE (acho que de 2006) trouxe dados que não podem ser ignorados:
1) A Agricultura Familiar, mesmo representando apenas 24,3% de nossa área agrícola, é responsável, por exemplo, por 87% de nossa produção de macaxeira, 70% de feijão, 38% café, 58% do leite, entre outros alimentos fundamentais para a nossa população
2) Isso tudo mesmo porque recebeu recursos públicos da ordem de R$ 13 bilhões em 2008, perante um apoio ao agronegócio no valor que circunda os R$ 100 bilhões, no mesmo período.
Só estes números já nos rendem uma boa reflexão sobre qual seria, de fato, o tipo de agricultura sustentável para nossa nação e para o nosso povo. Em várias áreas, mas em especial na agricultura por motivos óbvios, é preciso responder a uma questão importante: A quem servimos? A que serve a nossa produção rural?
E olhe que nem entrei na questão da extrema exploração do trabalhador pelo agronegócio. Estou trabalhando numa Unidade de Saúde da Família na região urbana de Petrolina e tenho visto claramente uma associação importante entre este trabalho e doenças ocupacionais. Sobre este tema devem rolar mais postagens em breve, pois pretendemos iniciar algumas pesquisas por lá. 
Outros dados importantes levantados pelo censo:
– 46,4% da soja utilizou sementes transgênicas, o que me lembra da importância da eleição de Roberto Requião para o senado brasileiro pelo Paraná. Apesar de estar no PMDB, é um quadro importante do campo progressista e nacionalista do nosso país.

– 56,3% de quem utilizou agrotóxicos, não recebeu as devidas orientações técnicas para uso. 
– Apenas 1,8% pratica a chamada agricultura orgânica. Mas não acho tão alarmante, por tratar-se também de uma questão cultural e que deve ser trabalhada.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Share This