A Copa do Mundo está vendida

Jabulaaaaani


A postagem teve este título, mas poderia ter sido também “Porque não torço para a Seleção Brasileira”. E é a reação de muitas pessoas que me motivou a escrevê-lo. É impressionante como alguns, se pudessem, me colocariam num paredão por não torcer pela seleção brasileira da CBF. É como eu se fosse um grande criminoso que entregou um grande segredo de Estado a outra nação em plena guerra!
Para facilitar o raciocínio, vou por (nova ortografia, nova ortografia…) em tópicos:
1) Não suporto o suposto nacionalismo que aflora em muitos neste período. A despeito de ser internacionalista, acho interessante um certo sentimento “de nação” que rola nos países latino-americanos. Tal sentimento historicamente foi abraçado por setores progressistas da sociedade e acho que ajuda muito num processo de fortalecimento da identidade. Certo que também foi e é utilizado pela direita. De toda forma é um sentimento que cumpre um papel importante em nossa região.
Mas tô cansado de ver gente que é doido pra sair daqui, não gosta nem um pouco de morar no Brasil, mas em época de Copa do Mundo veste camisa, carrega bandeira, toca vuvuzela e beija o escudo, dizendo “É BRASIIIIL, CARAAAALHOO”.
2) É preciso esclarecer: esta seleção não é do Brasil. ela é da CBF, de Ricardo Texeira, de Fernando Sarney, da Globo, da Nike, do Guaraná Antartica, da Volkswagen, enfim, menos dos brasileiros! Mais do que já se provou sobre toda a bandidagem que rola é dificil. CBF e seus patrocinadores fazem o que querem com a seleção. A própria convocação mostra isso. E vai além de “opiniões técnicas’. Por exemplo: A Volkswagen é dona de um clube chamado Wolfsburg. Tal clube teve dois jogadores convocados: Josué e Grafite. Duas das convocações mais polêmicas. Mas espere um pouco… A Volsk é uma das patrocinadores master da CBF. Cada um agora que tire as suas conclusões.
Ainda nessa linha, quando não há uma pressão popular muito grande por determinado treinador, como ocorreu com Felipão e Wanderley Luxemburgo, eles escolhem treinadores medíocres para poder manter o domínio completo. Grandes exemplos são o fraco Carlos Alberto Parreira e o nunca-antes-treinador-mas-de-repente-principal-treinador-do-país Dunga. Aliás, Dunga daria uma boa postagem à parte. Na recente polêmica Rede Globo x Dunga, só sei que não há bonzinho nesta história. A Globo fala por si própria e o fascista do Dunga quer é aparecer, até porque deve ter ciência que ganhando ou perdendo a Copa estará fora.
3) Futebol hoje é um enorme negócio. Tod@s já sabemos. O difícil é não imaginar que há grande manipulação. Dois grandes exemplos para mim são a Copa do Mundo de 98 e o Campeonato Brasileiro de 2009. Sobre a Copa temos toda aquela confusa e estranha história envolvendo Ronaldo. Sobre aquela final, Roberto Carlos chegou a afirmar em algum momento que ‘um dia descubririam o que de fato aconteceu naquela Copa”.
Tenho para mim que não seria interessante para ninguém que o Brasil vencesse esta Copa e vencesse novamente aqui no país em 2014. Isso seria péssimo para o negócio futebol. Quem sabe até mesmo esta gigantesca máquina perdesse força no cenário mundial.
Acredito, e agora já entro mais no campo da especulação, que esta copa é da Adidas. Espero que a campeã seja a Argentina, por ter de fato a melhor seleção hoje.
4) E encerrando, por ora, como nordestino e torcedor do Sport Club do Recife, não dá para simplesmentes ignorar o quão fomos garfados na história do nosso futebol pelos esquemas armados e executados pelos grandes cartolas de nosso futebol. Simplesmente não dá.

Che e Maradona
Para finalizar, afirmo que não sou tão pessimista com o futebol como pareceu. Na realidade, o futebol não tem por natureza ser alienante. Ele é sim utilizado hoje pela hegemonia com esta finalidade. Mas não é intrínseco do esporte em si.
Na época que estava mais indignado com futebol busquei autores progressistas que trabalhassem o tema e lembrei que o Eduardo Galeano tinha um livro sobre o tema: “O Futebol ao Sol e à Sombra”. Após esta leitura, e outras isoladas, encontrei excelentes referências para algo que vinha tentando elaborar. Algo sobre o potencial mobilizador do futebol e o quão as lutas sociais podem ganhar força pelas torcidas, pela concentração de massas, enfim… na realidade vou deixar para uma outra postagem este tema específico e os exemplos que temos na história sobre este papel.

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