Eita! Agora tô formado. Ontem foi a minha colação de grau. E nada mais apropriado (ou não) que trazer uma breve postagem sobre a questão da saúde em Pernambuco. Não pretendo fazer uma análise mais aprofundada. Quero apenas trazer alguns elementos que estão jogados na grande mídia nos últimos dias.

O Governador Eduardo Campos oficializou, em entrevista ao JC no último domingo, o que já estava dado: a saúde será a grande pauta em 2010. Infelizmente um ano eleitoral, o que tenderá a superficializar o debate e provocar falsas polêmicas.

E o grande tema do momento é o embate: CREMEPE x SECRETARIA DE SAÚDE DE PERNAMBUCO.

De um lado, o secretário João Lyra Neto, que também é vice-governador, coloca que todos os problemas na saúde do Estado de Pernambuco ocorrem por culpa da categoria médica. Do outro, a categoria (categoria, entenderam? classe é outra coisa!) coloca como se não tivesse nada com o que acontece.

O que eu acho é o seguinte: o governo acerta em cheio ao querer cobrar pontualidade dos profissionais. Acerta como eu não achava que acertaria. Estamos cansado de ver médicos e médicas que não cumprem nem metade do horário para o qual recebem do SUS. E ainda se acham certos. A falta de compromisso com a carga horária, por parte dos profissionais médicos, é uma das maiores aberrações que pude presenciar nestes anos como estudante de medicina.


Mas onde é que peca o governo? Em dois pontos principais: o primeiro está em achar que a solução está na falida experiência das Fundações Privadas. Será que não estão vendo que não tem dado certo nos estados onde foi implementada esta fórmula? Será que não bastou a péssima experiência do Dom Malan em Petrolina, onde o próprio IMIP, que assumiu agora o Hospital Miguel Arraes, abandonou o barco?


O segundo está em iludir a população ao soltar bravatas, como diz a nota do CREMEPE divulgada hoje, e culpar a categoria por todos os problemas.


Aliás, a nota do CREMEPE é perfeita ao colocar que “a área de Saúde continua um desastre” em nosso estado. E claro que não é culpa apenas deste governo. Mas, se há avanços, eles são quase que imperceptíveis até agora. Os hospitais continuam sucateados. As precárias condições de atendimento são explícitas.


Cabe ao Conselho agora contribuir na luta por uma saúde pública de qualidade em nosso estado. Se partir para uma pura defesa corporativa, como acontece em muitas situações, tende a perder credibilidade com a população. A categoria precisa ser cobrada sim, pois não são poucos os que deixaram o juramento de Hipócrates para trás. Mas o debate do Secretário de Saúde é superficial e cheira a populismo barato.

Um comentário

  1. trabalha-se muito e recebe-se pouco. Nunca achei que receberia tal mal pelo trabalho como medico. O fato 'e que achamos o salario grande mas a quantidade de trabalho 'e absurda..o que faz com que a galera crie "arrumadinhos" que sao toscos diga-se de passagem.

    tambem nao acho que seja so por isso. A ganancia pela grana no privado, querer ter mega-salarios a qualquer custo move a categoria. tava falando pra giliate..se eu recebesse bem, nao trabalhava no sabin… so no publico. Seria massa. Mas nao 'e o que acontece.

    Sobre as OS…putiz..vai dar merda..'e um fato.
    sobre o cremepe…pelego como sempre, morde e assopra…reivindica melhoras para a categoria mas nao aponta os problemas da mesma.

    sobre voce…bem vindo. Se quiser dicas de onde trabalhar, me da um toque.

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